Quem nunca ouviu ou até mesmo disse a clássica frase: “Sai daí, criança! Vai pegar um resfriado nesse frio!”, não é mesmo? No entanto, será que o frio causa gripe ou resfriado?
Com este artigo, você vai entender qual é a verdadeira relação entre as baixas temperaturas e as doenças respiratórias, além de dicas práticas para passar pelo inverno com mais saúde e qualidade de vida.
Tudo o que você vai descobrir neste artigo
- O frio causa gripe ou resfriado?
- Por que ficamos mais doentes no inverno?
- O que são vírus respiratórios e como eles agem?
- Dicas comprovadas pela ciência para prevenir gripe e resfriado em épocas frias
- Diferenciando gripe, resfriado e outras doenças respiratórias
- Quando procurar um otorrinolaringologista?
- Dúvidas frequentes respondidas de forma clara e direta
O frio causa gripe ou resfriado?
Não, o frio em si não causa gripe nem resfriado. Essas doenças são causadas por vírus, como o Influenza (da gripe) e o Rhinovírus (do resfriado).
O que acontece é que o clima frio facilita a transmissão desses vírus, criando condições perfeitas para os microrganismos circularem com mais facilidade.
Ou seja, o frio é um facilitador, não a causa direta. O verdadeiro culpado é a infecção viral!
Por que ficamos mais doentes no inverno?
Muitas pessoas notam que gripes e resfriados são mais comuns nos meses frios. Mas por quê? Veja os fatores principais que contribuem para esse aumento:
Ambientes fechados e mal ventilados
No frio, é normal manter portas e janelas fechadas para “guardar o calor”, mas isso diminui a circulação de ar e favorece a concentração dos vírus no ambiente. Assim, basta uma pessoa espirrar ou tossir para o vírus ficar ali, pronto para contaminar outra pessoa.
Mudanças fisiológicas do corpo
As baixas temperaturas afetam nossas vias respiratórias. O ar frio e seco resseca as mucosas do nariz e da garganta, prejudicando seu funcionamento como barreira protetora natural contra vírus e bactérias.
Diminuição da exposição solar e da vitamina D
No inverno, a exposição ao sol diminui. Com isso, há menor produção de vitamina D, fundamental para o bom funcionamento do sistema imunológico. Isso pode nos deixar menos protegidos contra infecções.
Como os vírus aproveitam o clima frio
Os vírus respiratórios, especialmente o Influenza e o Rhinovírus, têm maior estabilidade e sobrevivência em ambientes frios e secos. Isso acontece porque:
- O ar seco do inverno colabora para que gotículas de saliva fiquem suspensas por mais tempo.
- O clima frio faz as pessoas ficarem aglomeradas em ambientes fechados, facilitando a transmissão direta.
- O nosso mecanismo de defesa mucociliar, que serve como um “aspirador natural”, fica prejudicado.
- A imunidade tende a cair no frio, devido à menor exposição ao sol e alterações do corpo, o que enfraquece a resposta do organismo aos vírus.
- Os vírus sobrevivem por mais tempo em superfícies frias, como maçanetas, brinquedos e celulares, aumentando a chance de transmissão pelo toque.
- A circulação viral aumenta em locais públicos fechados, como ônibus, escolas e escritórios, onde pessoas compartilham o mesmo ar por longos períodos.
Assim, o vírus encontra terreno fértil para circular e infectar mais pessoas, especialmente nos meses de inverno. Por isso, é tão importante compreender que não é que o frio causa gripe ou resfriado, mas sim ele facilita o ambiente para que isso ocorra.
Gripe x Resfriado: como diferenciar e o que fazer?
- Gripe: Febre alta, dores no corpo, mal-estar intenso, tosse seca, dor de garganta, pode durar de 7 a 10 dias.
- Resfriado: Sintomas mais leves, como coriza, espirros, dor de garganta moderada e geralmente sem febre ou com febre baixa, duração menor.

Se os sintomas forem intensos, prolongados ou acompanhados de falta de ar, procure um otorrinolaringologista!
Mitos comuns sobre gripe, resfriado e o frio: o que é fato x o que é mito?
Mito:
“Tomar gelado ou andar descalço pega resfriado.”
Fato:
Você só vai “pegar” resfriado se entrar em contato com o vírus, seja ele no verão ou inverno! Portanto, o simples fato de pensar se o frio causa gripe ou resfriado já pode ser uma armadilha.
Mito:
“Só se pega gripe uma vez por ano.”
Fato:
Existem vários tipos de vírus da gripe e do resfriado. Você pode sim ter episódios diferentes em um curto intervalo de tempo.
Mito:
“Antibiótico cura gripe e resfriado.”
Fato:
Essas doenças são causadas por vírus, não bactérias. O uso inadequado de antibióticos pode trazer riscos à sua saúde.
Como se proteger no inverno e reduzir as chances de gripe ou resfriado
Agora que sabemos que o frio facilita, mas não causa a gripe e o resfriado, veja o que fazer para manter sua saúde respiratória em alta mesmo nos dias mais frios:
1. Lave as mãos frequentemente
A lavagem das mãos é, disparada, a maneira mais eficaz de evitar a propagação de vírus. Use água e sabonete ou, na ausência, álcool em gel 70%.
2. Ventile ambientes
Mesmo no frio, abra janelas pelo menos por alguns minutos ao dia. A ventilação diminui a concentração de vírus no ar.
3. Não compartilhe objetos de uso pessoal
Talheres, copos, toalhas e até maquiagem podem ser fonte de transmissão viral.
4. Hidrate-se sempre
O ar seco favorece infecções. Beber água ajuda a manter as mucosas hidratadas e reforça a barreira natural do seu corpo.
5. Mantenha o sistema imunológico em dia
Invista em uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e proteínas. Pratique exercícios regularmente (mesmo no inverno).
6. Evite aglomerações
Principalmente em ambientes fechados, o risco de contágio é bem maior.
7. Fique em casa quando estiver doente
Respeite o tempo do seu corpo, evitando transmitir o vírus para outras pessoas.
Quando procurar o otorrinolaringologista?
Nem todo resfriado ou gripe necessita de avaliação médica, mas fique atento a estes sinais de alerta:
- Febre acima de 39°C persistente por mais de 48 horas.
- Dificuldade para respirar, chiado no peito ou falta de ar.
- Tosse com sangue ou catarro esverdeado espesso.
- Dor de ouvido intensa ou saída de secreção pelo ouvido.
- Sintomas que não melhoram após 7 dias.
- Crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas devem redobrar atenção.
A intervenção rápida pode evitar complicações graves, como otites, sinusites, pneumonias e agravamento de doenças preexistentes.
Principais dúvidas respondidas pela Dra. Allyne Capanema
1. Crianças ficam mais doentes no inverno?
Sim, crianças têm o sistema imunológico ainda em desenvolvimento. Escolas, creches e ambientes fechados aumentam o risco de transmissão. Redobre os cuidados!
2. Existe prevenção 100% eficaz contra gripe e resfriado?
Não, mas as medidas de prevenção citadas reduzem drasticamente o risco. A vacinação contra a gripe é fundamental principalmente para os grupos de risco.
3. O que fazer para fortalecer a imunidade no frio?
Alimentação balanceada, sono adequado, hidratação e exposição solar (mesmo que por pouco tempo) são essenciais.
4. O frio pode desencadear outras doenças respiratórias?
Sim! Rinite, sinusite, bronquite e asma frequentemente pioram no inverno, muito mais pelo ambiente e ar seco do que pelo frio em si.
5. Quais os sinais de gravidade que pedem procura urgente do médico?
Dificuldade para respirar, letargia, febre alta persistente, dor intensa ou surgimento de manchas na pele.
Cuidados especiais para idosos e pessoas com doenças crônicas
Os idosos e pessoas com doenças como diabetes, hipertensão, doenças cardiopulmonares e imunossuprimidos precisam de cuidados extras, pois apresentam maior risco de agravamento. A vacinação anual contra a gripe e a pneumonia é altamente recomendada para este público.
Conclusão: o que realmente importa saber
Em resumo, é fundamental desfazer o mito de que o frio causa gripe ou resfriado. O que realmente acontece é que as baixas temperaturas criam um ambiente mais favorável para a circulação e a transmissão dos vírus responsáveis por essas doenças, tornando o contágio mais comum no inverno.
Por isso, atitudes simples como manter uma boa higiene das mãos, cuidar da alimentação, manter-se hidratado, garantir alguma exposição ao sol e ventilar os ambientes podem fazer toda a diferença na sua proteção.
Mesmo assim, é importante estar atento aos sinais de gravidade, principalmente em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, que são naturalmente mais vulneráveis a complicações. Sintomas que fogem do padrão, pioram rapidamente ou persistem por vários dias devem ser motivo de avaliação médica, evitando assim situações mais graves ou demoradas de tratar.
Lembre-se, o otorrinolaringologista é o especialista que pode orientar, esclarecer dúvidas e tratar adequadamente os problemas respiratórios em todas as idades. Conte com esse apoio para cuidar da sua saúde e passar por períodos de inverno com mais segurança e bem-estar.
Para agendar uma consulta ou saber mais dicas, acesse: draotorrino.com.br
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